domingo, 20 de dezembro de 2009

Duas mudanças de hábito

O estranho mundo de Jack (1993), de Henry Selick.
Henry Selick é um diretor de cinema especializado em dirigir animações. Prova disso é a sua curta lista, que conta com sucessos como O estranho mundo de Jack, James e o pêssego gigante e Coraline e o mundo secreto. Sem dúvida a direção é seu ponto forte, mas, como todos os cineastas, ele tem um calcanhar de Aquiles: seus roteiros. As idéias são boas, criativas e inusitadas. No entanto, seu desenvolvimento falha na ambição de criar uma história muito original e acaba sendo pretensioso demais. "Jack" comprova esse fato. O filme começa com o "mestre do terror" Jack em mais um Halloween, na Cidade do Halloween. Mas de longe está satisfeito com essa forma de viver. Durante uma peregrinação para fugir da sua realidade, ele encontra a Cidade do Natal e descobre essa belíssima festividade, cheia de luzes e encanto, como deve ser. Mas a má compreensão do verdadeiro espírito natalino pode trazer graves consequencias. Indubtavelmente, um clássico da animação stop-motion, mas falho no desenrolar.
Avaliação: 7,0


Julie & Julia (2009), de Nora Ephron. Com Meryl Streep.
Logo no início da trama, dois núcleos já são divididos. O da fabulosa Meryl Streep e o da (pode-se dizer) aqui decadente Amy Adams. As duas brilharam juntas em Dúvida e aqui dividem as telas novamente, mas não com a mesma intensidade. Não mesmo. Ainda mais que o filme é salvo apenas pela excelente atuação de Streep, que ao que tudo indica receberá sua 17ª indicação ao Oscar e sua 3ª estatueta. Ela é Julia Child, que em 1948 muda-se para Paris com o marido (Stanley Tucci, um pouco ofuscado, mas bem interpretado) e busca uma distração para seus momentos de ócio, encontrando na culinária seu talento. Adams é Julie Powell, vive no século XXI e não se sente nada feliz com seu emprego como telefonista de uma agência de seguros. Como forma de escapar de uma vida chata e fútil, tem a ideia de testar todas as receitas do livro da Julia e publicar suas experiências em um blog. Não há muito o que dizer do filme. O roteiro responsável pela ala de Julie foi muito mal construído, servindo apenas para provar que ela é uma personagem que não foi bem arquitetada. O que é um déficit horrível para a diretora, pois são duas longas e desgastantes horas de filme, em que metade poderia ser facilmente descartada. Quem sabe um filme só sobre Julia Child seria mais prazeroso de assistir...
Avaliação: 6,0

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